/

Hamilton, Max, Leclerc e Honda, os destaques!

Hamilton, Max, Leclerc e Honda, os destaques!

Com os 20 pilotos e as 10 equipes já definidas para o campeonato de 2020, organizado para começar dia 15 de março na Austrália, a F1 se despediu da 70ª temporada da sua história domingo no Circuito Yas Marina, em Abu Dhabi. Como você bem sabe desde o GP dos Estados Unidos, Lewis Hamilton conquistou seu sexto título mundial e sua equipe, a Mercedes, o sexto seguido entre os construtores.

Vamos viajar um pouco pelo que de mais relevante aconteceu desde a abertura do ano, no Circuito Albert Park, em Melbourne?

Não há como não começarmos pelo fato de a Mercedes seguir invicta desde a introdução da tecnologia híbrida na F1, em 2014, seis títulos de pilotos e seis de construtores. É a maior hegemonia de um time desde que a F1 foi criada, em 1950.

A Ferrari também venceu seis vezes entre as equipes, de 1999 a 2004, mas Michael Schumacher tornou-se campeão em cinco ocasiões seguidas, de 2000 a 2004, diante de seis dos pilotos da Mercedes: Hamilton em 2014, 2015, 2017, 2018 e 2019, enquanto Nico Rosberg, em 2016.

Números impressionantes

Foi o quinto título de Hamilton nos seis últimos disputados. O desempenho desse piloto inglês de 34 anos ratificou sua posição dentre os maiores de todos os tempos. Este ano, por exemplo, obteve 11 vitórias nos 21 GPs. Seus dados estatísticos deverão colocá-lo, nos próximos anos, a seguir na atual projeção, em primeiro lugar em todos os rankings de performance.

Da estreia na F1, no GP da Austrália de 2007, pela McLaren-Mercedes, à corrida de domingo, Hamilton largou 250 vezes. Venceu 84, chegou ao pódio em 151 provas e em 88 delas largou na pole position. Michael Schumacher tem sete títulos, 91 vitórias, 155 pódios e 68 poles. Hamilton está perto em tudo, sendo que já avisou que não se vê fora da F1 nos próximos quatro ou cinco anos.

Saiba+| Segredos da Mercedes: invicta há seis anos na F1

Saiba+| O que as academias da Ferrari, Mercedes e Red Bull ensinam aos pilotos da F1?

Pronto para ser campeão

Outra constatação proporcionada pelos 21 GPs do calendário da F1 este ano: Max Verstappen é a maior revelação depois de Hamilton, há 12 anos. Une gana, velocidade, determinação impressionantes, tira o máximo permitido pelo equipamento e com baixíssimo índice de erros, ao contrário de seu retrospecto até então. Max está pronto para, com o carro e escuderia certas, ser campeão do mundo.

Max venceu as etapas da Áustria, no circuito de propriedade de sua equipe, Red Bull Ring, na terra da Mercedes, Alemanha, e em Interlagos. Largou ainda na pole na Hungria e no Brasil. Importante: Max tem 22 anos apenas.

Nessa linha, quem gosta mesmo de F1 está amando outra descoberta no nível máximo. Refiro-me ao monegasco Charles Leclerc, também de 22 anos. Estreou na Ferrari este ano, depois de somente uma temporada na F1, no ano passado na Sauber, e distribuiu seu cartão de visita: desembarcou para lutar por vitórias e títulos. Que geração que já está aí!

Não descarte o monegasco

Leclerc venceu em Spa-Francorchamps e Monza e, imagine, estabeleceu 7 poles. Se a Ferrari acertar a mão no carro, em 2020, e o time funcionar melhor, Leclerc poderá desafiar Hamilton e Max, tem cacife para isso.

Se Leclerc foi a revelação do campeonato, o seu companheiro na Ferrari, Sebastian Vettel, 32 anos, colocou outro ponto de interrogação na cabeça dos profissionais da F1. A extensão de sua capacidade ficou de novo em xeque. A exemplo de 2014, quando perdeu na Red Bull, e por muito, a disputa com um quase estreante, Daniel Ricciardo, desta vez foi Leclerc quem lhe criou muita dor de cabeça.

Vettel se perde emocionamente quando fica para trás no duelo com o parceiro e comete erros comprometedores. O maior exemplo disso foi o choque com Leclerc em Interlagos, em plena Reta Oposta. Vettel ganhou em Singapura e largou na pole no Canadá e no Japão.

Leclerc mandou recado para Hamilton e Max: “Posso lutar com vocês!” | F1i

Ferrari não renovaria com Vettel

Elkaan, presidente da Ferrari, e Mattia Binotto, diretor da equipe, provavelmente ficariam mais felizes se Vettel não tivesse contrato para 2020. Pior: no valor de 36 milhões de euros, dez vezes mais do pago a Leclerc. Em outras circunstâncias a Ferrari não lhe daria outro ano de contrato.

O alemão, campeão do mundo de 2010 a 2013, foi o quinto e último entre os seis pilotos das três melhores escuderias da F1, Mercedes, Ferrari e Red Bull. Como a Red Bull trocou Pierre Gasly por Alexander Albon, depois das férias, não estou considerando ambos. Albon, no entanto, foi outro tiro certo de Helmut Marko, o olheiro da Red Bull. Vettel venceu em Singapura e largou na pole no Canadá e no Japão.

Hamilton somou 413 pontos, Valtteri Bottas, companheiro de Hamilton, vice-campeão, 326, Max, terceiro, 278, Leclerc, quarto, 264, e Vettel, quinto, 240.

Japoneses chegaram de vez

Mais uma grande notícia para a F1: a Honda está de volta. De 1988 a 1992, na McLaren, conquistou quatro títulos de pilotos e quatro de construtores. Voltou a F1 na era híbrida, em 2015, com a McLaren, e até o ano passado passou uma imagem ruim, de ineficiência, em oposição à primeira época no time inglês.

Pois nesta temporada, na Red Bull, com um grupo mais competente que o da McLaren, a Honda terminou a temporada deixando um recado aos concorrentes: “Levem-me bem a sério em 2020”. A associação Max-Red Bull-Honda reúne os elementos para lutar por mais vitórias além das três deste ano e, consequentemente, pelo título.

A própria McLaren, com a unidade motriz Renault, liderada por Andreas Seidl e nova administração técnica, mostrou estar no caminho certo para, a médio prazo, poder voltar a ser grande. A partir de 2021 competirá com unidade motriz Mercedes.

Futuro da Renault em dúvida

Já que falamos em Renault, o time francês ficou bem abaixo das expectativas de todos na F1 e dos seus fãs, quinta colocada, com 91 pontos, ao passo que a McLaren, com a mesma unidade motriz francesa foi quarta, com 145.

O diretor geral, o polêmico Cyril Abiteboul, contratou engenheiros novos para 2020, depois de dispensar parte dos responsáveis pelo deficiente modelo deste ano. A meta da Renault era terminar o campeonato em quarto, por conta dos elevados investimentos em suas sedes, em Enstone, na Inglaterra, e Viry-Chatillon, França, e dos novos contratados. Não funcionou.

E pilotos a Renault teve, os capazes Ricciardo e Nico Hulkenberg. Mesmo sua unidade motriz não acompanhou o mesmo desenvolvimento de Mercedes, Ferrari e Honda. Ficou para trás.

O mais curioso nessa história é que o líder dessa mudanças todas que, comprovadamente, não trouxeram os resultados esperados e possíveis diante do dinheiro investido, Abiteboul, segue sendo o responsável pela equipe.

Mais: o diretor técnico, Nick Chester, da mesma forma coordena o projeto de 2020. Para o bem da F1 é bom que funcione. A montadora francesa não garante sua presença no campeonato a partir de 2021.

Ficaríamos aqui por mais tempo conversando sobre a temporada deste ano da F1. Mas basicamente tocamos nos aspectos mais importantes. Até os testes de pré-temporada. A primeira série será de 19 a 21 de fevereiro. Abraços.

Artigos mais acessados

Pra vc ficar numa boa