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Sérgio Sette Câmara larga em sexto no GP da Rússia

Sérgio Sette Câmara larga em sexto no GP da Rússia

A sexta colocação na sessão de classificação do GP da Rússia, disputada nesta sexta-feira no Circuito de Sochi, ficou abaixo da expectativa de Sérgio Sette Câmara, piloto da equipe DAMS e patrocinado pela Youse. No treino livre realizado antes da definição do grid, Sérgio havia registrado o segundo tempo, atrás apenas do seu companheiro de DAMS, o canadense Nicholas Latifi.

Mas quando foi para valer, exigir tudo do carro, motor e dos pneus, o líder do campeonato da F2 e com grandes chances de campeão neste fim de semana, o holandês Nyck de Vries, da ART, acabou se impondo. Estabeleceu a pole position, sexta dele este ano, na 11ª e penúltima etapa da temporada, com o tempo de 1min47s440, à média de 195,9 km/h. Latifi conseguiu ainda o segundo lugar, 260 milésimos de segundo mais lento.

Sérgio disputa com Latifi, o italiano Luca Ghiotto, da UNI-Virtuosi, e o inglês Jack Aitken, da Campos, o título de vice-campeão da F2. Nesta sexta-feira, no GP da Rússia, Ghiotto obteve o quarto tempo no grid da corrida de amanhã, a 327 milésimos do pole position, e Aitken, o 12º, a 1 segundo e 37 milésimos do holandês.

Dois pilotos inseriram-se dentre os quatro que lutam pelo vice. O inglês Callum Illot, da Sauber Junior, largará em terceiro, e o chinês Guanyu Zhou, companheiro de Ghiotto na Uni-Virtuosi, em quinto.

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GP da Rússia será decisivo

Todos os que disputam o vice estão bem próximos na classificação do campeonato. Latifi soma 166 pontos, Ghiotto, 155, Aitken, 153, e Sérgio, 151. Já Vries somou nas 18 corridas realizadas 229, quatro deles obtidos nesta sexta-feira com a pole positon.

A diferença de Vries para o segundo colocado hoje, Latifi, é de 63 pontos (229-166). Como cada piloto pode somar no máximo 48 pontos em um fim de semana de competição na F2, pelo menos um dos quatro pilotos que lutam pelo vice tem de reduzir essa diferença, nas duas corridas na Rússia, para 47 pontos, a fim de ter chances matemáticas de reverter o resultado na etapa final, algo extremamente difícil. Por esse motivo Vries já está quase que com as duas mãos na taça.

A posição no grid no GP da Rússia de Sérgio não é a melhor para as 28 voltas da primeira corrida, programada para este sábado, com largada às 10h45, horário de Brasília, seis horas a menos do que em Sochi. Mas apesar de reconhecer as dificuldades de ultrapassagem nos 5.848 metros do traçado de Sochi, o bom ritmo de corrida do carro da DAMS na Rússia pode permiti-lo somar bons pontos nessa luta particular pelo vice.

Os pilotos terão ainda pela frente a 12ª e última etapa do calendário, somente de 29 de novembro a 1º de dezembro, no Circuito Yas Marina, em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos.

Sérgio: “Confio no nosso bom ritmo de corrida”.

Depois da reunião com os engenheiros da DAMS, Sérgio deu o depoimento abaixo para a Youse.

Olá, amigos.

Confesso esperar mais da definição do grid aqui em Sochi. Mas, ao mesmo tempo, não me preocupo demais com a primeira corrida, como já aconteceu este ano, quando vi que nosso ritmo estava aquém da de alguns adversários.

Nesta pista de pouca aderência, reduzido desgaste dos pneus, eu e meu companheiro, o Nicholas, vimos que podemos pensar grande neste sábado. Na simulação de corrida que fizemos, compreendemos que apenas dois ou três pilotos têm desempenho semelhante.

O Nicholas largará na primeira fila e eu na terceira, por não conseguir uma volta perfeita. O meu acerto não me pareceu o ideal para explorar os pneus ao máximo em uma volta lançada, tanto que fiquei a meio segundo do Nyck (Nyck de Vries, o pole position).

Mas, como escrevi, diferentemente de Barcelona, por exemplo, em que fui para a corrida do sábado sabendo que não conseguiria acompanhar o ritmo dos mais rápidos, aqui em Sochi dispomos de um carro competitivo. Dá para pensar em pódio, sem dúvida, apesar de ser difícil ultrapassar nessa pista, ainda mais com o pouco desgaste dos pneus, como acreditamos que será o caso.

Dá para prever que deveremos ter safety car algumas vezes nas 28 voltas, pela razão exposta, asfalto escorregadio, e muros bem próximos à passagem dos carros.

Escrevo isso para explicar que não adiante contar com um carro rápido, como penso que será o nosso caso amanhã, se não soubermos agir, tomar as decisões mais apropriadas para as condições que deverão mudar bastante na corrida. A flexibilidade da estratégia vai ser determinante para apontar o vencedor, ou mesmo o pódio, neste sábado.

Imagino que haverá piloto estendendo a permanência na pista ao máximo, já que o consumo de pneus é pequeno, à espera de um safety car, real ou virtual, para fazer a parada nessa hora e ganhar muito com isso, pois a volta é bem longa aqui.

No domingo a história é um pouco diferente, por serem 21 voltas e não fazermos o pit stop para a troca de pneus, como no sábado.

Sobre a luta pelo vice, o melhor que tenho a fazer é realizar o meu trabalho bem feito, amanhã e domingo, somar bons pontos e depois fazer as contas. É importante eu ter mente, porém, que preciso terminar o campeonato no mínimo na quarta colocação, para obter a superlicença, o que me permitiria candidatar à F1, se não no fim deste ano, então no de 2020. Mas tem muita coisa para rolar ainda até pensar em F1.

Nos encontramos neste nosso espaço amanhã, depois da primeira corrida, combinado? Abraços.

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