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Sette Câmara é 5º no GP de Monza; luta pelo vice da F2 pega fogo

Sette Câmara é 5º no GP de Monza; luta pelo vice da F2 pega fogo

Nobuharo Matsushita, da equipe Carlin, é um piloto japonês rápido, reconhecidamente. Neste sábado, no entanto, se superou ao vencer a primeira corrida de F2 na Itália, no circuito mais veloz do calendário, o GP de Monza, à média de 212,6 km/h.

O segundo colocado fez a festa dos tifosi, a sempre empolgada torcida italiana. Luca Ghiotto, da UNI-Virtuosi, com uma performance de ataque o tempo todo saiu da 13ª colocação no grid, adotou estratégia agressiva com os pneus e recebeu a bandeirada a cinco segundos do vencedor. O holandês Nyck de Vries, da ART, cada vez mais líder do campeonato, completou o pódio, em terceiro.

Sérgio Sette Câmara, patrocinado pela Youse, da equipe DAMS, demonstrou não ter carro para acompanhar o ritmo de Matsushita e Ghiotto. Largou em quinto e chegou em quinto. Na realidade seria quarto. A direção de prova o puniu com cinco segundos por não ter seguido o caminho na área de escape da primeira chicane, após ter travado os freios, neste GP de Monza.

No seu depoimento a Youse, apresentado no fim do texto, ele dá detalhes do ocorrido e expõe seu descontentamento com a decisão.

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GP de Monza, decidido nos detalhes

As 30 voltas no mítico traçado de 5.793 metros do GP de Monza, neste sábado, foram condicionadas pela escolha dos pneus. A opção de Ghiotto, por exemplo, se mostrou muito mais eficiente. Ele largou com os pneus duros, por isso não foi tão rápido no início, em razão de a maioria ter adotado estratégia inversa, largar com macios e depois colocar os duros, mas no terço final da corrida Ghiotto estava voando em relação a seus adversários.Tanto que foi passando um a um. Mais algumas voltas e talvez pudesse ter vencido.

O GP da Itália é o décimo da F2. Neste domingo há a segunda corrida do programa, em 21 voltas, às 5h50, horário de Brasília.

Com o resultado da primeira prova, a luta pelo vice-campeonato pegou fogo. Vries está em primeiro, com confortáveis 215 pontos. Mas há três pilotos lutando ponto a ponto para serem vice-campeões da F2 este ano. Neste momento, o canadense Nicholas Latifi, companheiro de Sérgio na DAMS, é o segundo, com 166 pontos, mas seguido de perto por Ghiotto, 155, terceiro, e Sérgio, 151, quarto.

“Não concordo com a minha punição de 5 segundos. Perdi tempo ao invés de ganhar”, Sérgio Sette Câmara

Sendo que o quinto, o inglês/coreano Jack Aitken, da Campos, com 138, tem neste domingo boa chance de entrar na luta pelo vice. Ele foi o oitavo colocado neste sábado. Pelo critério do grid invertido entre os oito primeiros, Aitken vai largar neste domingo em primeiro. Sérgio, em quarto, por ser sido quinto. O vencedor, Matsushita, em oitavo.

Em seguida ao GP da Itália a F2 faz uma pausa no calendário, pois não acompanhará a F1 a Singapura. Volta no fim do mês, dia 28 e 29, no Circuito de Sochi, na Rússia.

Sérgio Sette Câmara, à esquerda, não acha punição justa

Sérgio Sette Câmara fala sobre a punição em Monza

Olá, amigos.

Se eu levar em conta que o nosso carro, aqui em Monza, não tinha a mesma velocidade de alguns de nossos adversários, o quinto lugar reflete o que poderíamos fazer hoje. Amanhã é outra história. Vamos mexer no ajuste tanto do meu carro quanto no do meu companheiro, o Nicholas, e ver se conseguimos lutar pela vitória.

Neste sábado, larguei em quinto e logo de cara vi que não dava para seguir o ritmo do pessoal ao meu redor. Larguei com macios e no pit stop colocamos os duros, como a maioria.

O Ghiotto foi para o tudo ou nada. Se o safety car tivesse entrado na pista a estratégia dele não daria certo. Funcionou. Ele nos passou no fim sem dificuldade. Nós tínhamos pneus duros e eles os macios.

Disse que o quinto lugar era mais ou menos nossa condição hoje aqui em Monza. Mas penso que daria, na realidade, um pouco mais, como a quarta colocação. Alguns fatores contribuíram para não ser quarto. Primeiro o meu pit stop. Perdi tempo com o pneu dianteiro esquerdo. Em vez de 4,5 segundos, fiquei nos boxes 9 segundos.

Sai atrás de pilotos que eu já estava na frente, o Zhou (o chinês Guanyu Zhou, da UNI-Virtuosi) e o Nicolas. Estava mais rápido que ambos. Atrás você aumenta o desgaste dos pneus. Eles estavam lutando duramente e se tocaram. Herdei a posição que havia perdido nos boxes, mas meus pneus não estavam no melhor para tentar atacar no fim.

Eu me envolvi em uma bela luta com o Nyck (Vries). Abri um pouco dele, não estava mais ameaçado. Na freada do fim da reta dos boxes, na primeira chicane, travei as rodas na freada e segui em frente. Há um caminho que temos de fazer para voltar à pista, formado por pequenas lombadas na área de escape.

A regra em todo lugar é se você perdeu tempo ao não fazer a curva, por ter ido para a área de escape, pode não fazer todo aquele caminho entre as lombadas. Mas em Monza a regra não vale. Você tem necessariamente de segui-lo. Meus colegas, outros pilotos, também não concordaram com a minha punição.

Foi injusta na minha opinião. Os cinco segundos me fizeram cair de quarto para quinto. Vamos lá. Amanhã largo em quarto. Um bom pódio, possível se acertamos na mexida que faremos no carro, me permitirá depois, na Rússia e na última etapa, em Abu Dhabi, lutar pelo vice-campeonato. Nos falamos novamente amanhã aqui no nosso espaço, combinado?

Abraços.

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