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Elas escolheram ser mães por caminhos diferentes e ensinam uma lição valiosa sobre a maternidade

Elas escolheram ser mães por caminhos diferentes e ensinam uma lição valiosa sobre a maternidade

Será que mãe é mesmo tudo igual e só muda de endereço? Bom, a gente sabe que mãe é mãe, mas cada uma tem o seu jeitinho especial de se tornar essa pessoa importantíssima na vida da gente. Conversamos com duas mamães que escolheram caminhos bem diferentes das tradicionais, a Jaqueline e a Viviane, pra te ensinar que mãe e a maternidade são persistência e ousadia.

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Planejei engravidar, mas Deus planejou outra coisa pra mim

Viviane Carvalho é nutricionista e mãe de quatro crianças. Ela queria engravidar e optou pela inseminação artificial, mas por três vezes os resultados deram negativo. Por conta das grandes expectativas e dos hormônios, Viviane passou por um período de muita tristeza, até receber uma luz (ao invés de dar a luz): ” Vamos adotar!”.

No Brasil, é preciso ter 16 anos a mais que a criança que se pretende adotar e juntar uma série de documentos antes de fazer um pedido preparado por um defensor público, ou advogado particular, junto à Vara da Infância e Juventude. Hoje são mais de 40 mil pessoas cadastradas como adotantes e menos de 10 mil crianças para serem adotadas, segundo o Cadastro Nacional de Adoção.

Após um curso de dois meses, uma série de avaliações e entrevistas, chega o momento de descrever o perfil da criança que deseja adotar e a lei prevê que, se ela tiver irmãos, eles não sejam separados. “Eu mesma corri atrás de tudo e adotei três crianças, são irmãos de 10 a 13 anos. Esperamos um ano pra sair a guarda definitiva e planejei fazer uma viagem para a Itália, para apresentar todo mundo para a família do meu marido”.

E aí que tudo mudou mais uma vez. “Pra viajar, pedimos mais uma vez ao advogado para acelerar o processo. Mas no mesmo dia que a guarda definitiva saiu, eu descobri que estava grávida!”

“Foi um choque, quatro filhos pequenos de uma vez? Tive que me adaptar, principalmente com meus pais morando longe e meu marido viajando muito. Não foi fácil. Educar não é fácil”.

Mas no final das contas, Viviane diz que teve muita força e fé. Hoje se diz muito agradecida pela maternidade: “Deus lá em cima me deu essa missão com muito amor pra cuidar de todas essas crianças e eu vou fazer o meu melhor. Eu erro muito, mas aprendo muito também”.

Eu fazia questão de conversar com a barriga e dizer pra Cecília o quanto ela era sortuda de ter duas mães

Helena e Jaqueline se conheceram em um bar em 2012. Três anos depois se casaram para iniciar uma família. Jaqueline é analista de gestão de pessoas e a Helena é médica pediatra.

Ambas tinham a maternidade no coração, e a Helena iniciou o processo de fertilização in vitro com um doador anônimo. A Jaqueline participou de tudo, bem de pertinho: “Ver a barriga crescer e aquele bebê lá dentro começar a mexer cada vez que ouvia minha voz foi um sentimento único, ela já sabia desde o útero que eu também era mãe dela”.

Também conhecido como “bebê de proveta”, esse tipo de processo é aquele em que a fertilização do óvulo é feita em laboratório. Se evoluir favoravelmente, os pré-embriões são transferidos para o útero da mãe. Cerca de 8 milhões de bebês já nasceram dessa técnica, segundo a Sociedade Europeia de Reprodução Humana.

Na foto, Helena, Cecília e Jaqueline com os presentes da festinha de dia das mães

Eis que nasceu Cecília, por causa da música Cecília do Chico Buarque. “Nós duas gostávamos muito e achávamos uma música linda e poética”. Foi aí que deram entrada para registrar a menina, mas não achavam que seria tão complicado. De primeira o cartório negou o pedido de dupla maternidade, mesmo previsto pelo Conselho Nacional de Justiça.

Em um depoimento compartilhado no Facebook, Helena conta que um dos promotores com quem conversou negou o pedido porque a filha não poderia ter duas mães, pois sofreria bullying na escola. “Será impossível blindar ela de tudo, mas desde sempre vamos mostrar que existem diferentes tipos de família e que todos eles são baseados no amor”.

“Pretendemos fazer com que seja normal pra ela ter duas mães desde sempre e se um dia ela passar por algum tipo de preconceito vamos estar ao lado dela mostrando que o amor vence qualquer preconceito”

Depois de três anos, muitas tentativas e burocracia, Helena e Jaqueline conseguiram e a Cecília tem uma certidão de nascimento com duas mamães. O post da Helena, divulgado em um grupo fechado no Facebook, atingiu mais de 19 mil reações e mais de 2 mil comentários emocionados.

A gente quer inspirar você através de histórias como essa. Seja escolher a adoção ou novos caminhos para se tornar uma mãe, acreditamos que é preciso ter muita persistência, dedicação e ousadia para praticar a maternidade!.

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