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Tipos de câmbio: quais são e como funcionam?

Tipos de câmbio: quais são e como funcionam?

Você já deve ter ouvido falar do câmbio automático, né? Um dos mais populares entre os brasileiros e que já está presente na maioria dos carros. Segundo levantamento da Bright Consulting, no primeiro semestre do ano passado, 55,5% dos automóveis vendidos tinham transmissão automática, deixando a fatia de apenas 44,5% para carros com câmbio mecânico. 

Normalmente associamos o motor do carro com a sua velocidade, potência e a sensação gostosa de pilotar um possante com bom fôlego debaixo do capô. Mas sabia que o motor, sem um bom câmbio, não é nada? A transmissão, ou câmbio, fica entre o motor e as rodas, sendo responsável por entregar toda a potência e torque para que os pneus façam o trabalho de arrastar o carro com força e velocidade. 

E quais são as transmissões disponíveis no mercado? As montadoras trabalham com cinco tipos: manual, automatizado, automatizado de dupla embreagem, automático e CVT. Vamos ver qual é a melhor para cada tipo de aplicação e para o #seujeito de dirigir.

 

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Manual

Imagem: Divulgação

Esse você já deve conhecer! É com o câmbio mecânico, ou manual, que — em teoria — todos aprendem a manusear na autoescola. Normalmente com cinco marchas à frente e uma para a ré, a transmissão mecânica tem o famoso desenho de um “H”.

Claudio Castro, engenheiro do comitê técnico de transmissões da Sociedade de Engenharia Automotiva (SAE-Brasil), afirma que o câmbio manual é composto por dois eixos, sendo um de entrada da força proveniente do motor e outro para saída. “O eixo de entrada está conectado ao motor, através da embreagem, e o eixo de saída está conectado às rodas. No meio, entre os eixos, tem uma série de engrenagens que são as marchas. Então, um carro com cinco marchas à frente e uma à ré tem seis pares de engrenagens”.

É justamente nessa transição, entre o propulsor e as rodas, que o câmbio atua. Comparando com o futebol, é como se o câmbio fosse o jogador do meio do campo, que transfere a bola (força e velocidade) da defesa (motor) para o ataque (rodas).

“Na transmissão manual, todo sistema é mecânico e as trocas devem ser feitas pelo condutor. E, para isso, existe a embreagem, que serve para acoplar e desacoplar essa rotação que vem do motor. Quando o motorista pisa no pedal da embreagem e muda a marcha na alavanca, acontece o seguinte: a embreagem desconecta do motor e, agora sem força, o motorista consegue trocar os pares de engrenagens. Ao soltar a embreagem, mais uma vez a força do motor se liga ao câmbio”.

Assim, fica claro que a embreagem é fundamental para evitar desgastes nas peças da transmissão. Por carregar pouca eletrônica, o câmbio manual é o que apresenta o menor custo de manutenção.

 

Automatizado

Imagem: Divulgação

O automatizado nada mais é do que um câmbio manual com um “robô” — por isso pode ser chamado de robotizado — que faz o trabalho de trocas de marchas no lugar do motorista. Contudo, a composição da transmissão é igual à manual.

“O automatizado transfere os movimentos que o motorista faz com a embreagem e a manopla do câmbio para dentro de atuadores. Portanto, é um sistema mecatrônico que substitui o esforço feito pelo condutor. Para saber qual é a marcha ideal, o computador do carro analisa diversas informações, como velocidade, inclinação, pressão aplicada nos pedais do acelerador ou freio e assim por diante”, explica Castro.

Como não há pedal de embreagem, alguns veículos possibilitam fazer a troca através de aletas atrás do volante, por meio de botões no painel ou até na própria alavanca. Por ter mais eletrônica embarcada, o automatizado tem um custo de manutenção maior: “eletrônica custa caro e ter módulos eletrônicos para gerenciar o câmbio é mais custoso do que ter um sistema mecânico a cabo, por exemplo. E são poucas as aplicações no mercado, o que ajuda a elevar o preço”, afirma o especialista.

Esse tipo de transmissão não conseguiu conquistar o consumidor brasileiro por conta de seu comportamento lento. Ao substituir os movimentos do motorista por um robotizado, o carro fica com “soluços” muito grandes entre uma troca e outra, o que tira a agilidade na condução. #fiquedeolho

 

Automatizado de dupla embreagem

Imagem: Divulgação

Já quando se trata do câmbio automatizado de duas embreagens podemos dizer que é o melhor dos mundos em termos de desempenho. E isso ocorre justamente porque as trocas acontecem em milissegundos, trazendo rapidez e suavidade ao dirigir. A maioria dos carros esportivos aposta nesse tipo de transmissão para entregar o máximo da performance e alcançar velocidades altas em menos tempo.

E qual é a grande diferença entre o automatizado e o automatizado de dupla embreagem? De acordo com o engenheiro da SAE-Brasil, o automatizado de dupla embreagem tem dois eixos: um para as marchas ímpares e outro para as pares. 

“O que acontece: o carro pode estar com uma marcha ímpar engatada e também com uma par. Suponhamos que ele vá passar da primeira para a segunda engrenagem: o câmbio não precisa desacoplar a primeira marcha, selecionar a segunda e depois acoplar a embreagem novamente, como ocorre no manual e no automatizado simples. No automatizado ‘dual clutch’, uma das embreagens desconecta a primeira marcha enquanto a outra embreagem já conecta a segunda marcha. E essa mudança é muito rápida, porque a eletrônica do carro lê o comportamento do motorista e realiza as mudanças antecipadamente. Ou seja, é garantia de velocidade constante”, exemplifica Castro.

Por entregar o melhor que o motor tem a oferecer, as transmissões automatizadas de dupla embreagem são, em teoria, aquelas que também ajudam a economizar mais combustível. Outra vantagem é que ele não “rouba” energia do motor como no automático convencional (que falaremos adiante). Mas o valor da manutenção pode ser o mais alto de todos, por conta do alto custo de desenvolvimento e pela aplicação, que é feita em carros esportivos.

 

Automático

Imagem: Divulgação

Mais conhecido e desejado do mercado, o automático com conversor de torque é o sonho de consumo de muitos brasileiros. Mas, como toda sabedoria popular tem um fundinho de verdade, o automático eleva o consumo de combustível quando comparamos com os demais tipos de transmissão. E isso ocorre por conta da natureza do seu funcionamento.

Ao contrário do que ocorre com as outras transmissões, que possuem engrenagens e embreagem, o automático trabalha com o tal “conversor de torque”. E o que é isso? “O conversor de torque é um sistema que trabalha com uma força hidráulica, ou seja, ele pega a força do motor e transfere para uma bomba que vai movimentar o óleo dentro do conversor de torque. E este, por sua vez, vai movimentar as rodas”, diz o engenheiro.

#Descomplicando: imagine dois ventiladores, um de frente para o outro. Ao ligar apenas um dos ventiladores, automaticamente veremos as hélices do outro girarem também. A lógica do conversor de torque é essa. Ele capta o giro do propulsor e o converte em rotação. Essa rotação provém de uma bomba de óleo que faz girar a segunda parte do conversor. E essa segunda parte está ligada às engrenagens das marchas. “São duas hélices girando entre elas dentro do óleo. A pressão do fluido faz com que elas girem sincronizadas. Não há contato físico, como ocorre em carros que têm embreagem”, argumenta o especialista.

Imagem: Divulgação

Como uma das leis da natureza, há uma perda da energia que vem do motor por não existir um acoplamento físico. Assim, voltamos ao começo do tópico e agora você já sabe porque o veículo com câmbio automático consome mais combustível. O fluido de óleo pode até cumprir seu papel, mas não tem a mesma eficiência que o contato direto que a embreagem proporciona do motor para a transmissão.

“Os custos de manutenção não são altos porque ele tem larga aplicação em todo o mundo. Quanto mais se produz, menor é o custo de fabricação e, consequentemente, de reparo. Cada fabricante produz, no mínimo, 500 mil transmissões automáticas por ano para compensar o investimento”, revela Castro.

 

CVT

Imagem: Divulgação

Da sigla em inglês, CVT significa Transmissão Continuamente Variável (Continuously Variable Transmission) e, como o nome já adianta, ela tem relações infinitas. Basicamente, são duas polias em forma de cone invertido que estão ligadas por uma correia. A relação das diferentes velocidades é feita de acordo com o local onde a correia se encontra (na parte mais fina ou mais espessa do cone). No CVT, as polias substituem as engrenagens.

Por isso ela é considerada “continuamente variável”, pois ajusta a força e velocidade de acordo com a necessidade. Em teoria, seria o câmbio mais eficiente. Contudo, pode existir uma perda de energia na correia em si, que pode ficar gasta e escorregar nas polias, diminuindo a eficiência do veículo.

Já o custo para manter um carro com câmbio CVT equivale ao automático convencional, pois os dois já fazem parte da maioria dos carros automáticos no mundo.

Agora que você já sabe a diferença de cada câmbio, fica mais fácil escolher um #DoSeuJeito. E aqui na Youse não existe essa de passar por perrengue. Com o Seguro Auto você fica #numaboa e tem reboque garantido para levar o seu carro para a oficina. Seja manual, automático, automatizado ou CVT, com a Youse é garantia de eficiência e qualidade. ;P

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