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F2: Sérgio tem boas chances de ser vice

F2: Sérgio tem boas chances de ser vice

Depois de mais um período de pausa no calendário, a F2 volta às pistas no fim de semana, no Circuito de Sochi, na Rússia, às margens do Mar Negro. É a 11ª e penúltima etapa do calendário. Restará, a seguir, somente o GP de Abu Dhabi, após nova longa paralisação de dois meses. A prova nos Emirados Árabes Unidos será de 29 de novembro a 1º de dezembro.

O holandês Nick de Vries, 24 anos, seu terceiro na F2, da equipe ART, pode ser campeão na Rússia. Depois de nove etapas, Vries soma 225 pontos diante de 166 do segundo colocado, o canadense Nicholas Latifi, da DAMS. O GP da Bélgica, nono do ano, não foi disputado por causa do acidente fatal com o piloto francês Anthoine Hubert, da Arden, na segunda volta da primeira corrida.

A cada fim de semana de competição na F2 um piloto pode somar 48 pontos nas duas corridas do programa, uma no sábado e outra do domingo. E Vries já tem 59 pontos a mais que Latifi (225-166). Se depois da corrida do domingo, em Sochi, a diferença de Vries para o segundo colocado for maior que 48 pontos, o holandês celebra a conquista do título.

Vries já assinou contrato para disputar a FE, destinada a carros elétricos, pela equipe oficial da Mercedes, que estreia na categoria.

Já a luta pelo vice está apertadíssima. Latifi tem 166 pontos, mas o italiano Luca Ghiotto, da UNI-Virtuosi, 155, o inglês/coreano Jack Aitken, da Campos, 153, e Sérgio Sette Câmara, 21 anos, patrocinado pela Youse, companheiro de Latifi na DAMS, 151. O sexto colocado está distante desse bloco que luta pelo vice, o japonês Nobuharo Matsushita, da Carlin, com 116 pontos.

Repare que entre Sérgio, quinto, e Latifi, segundo, há apenas 15 pontos (166-151), o equivalente a uma terceira colocação pelo critério de distribuição de pontos na prova do sábado. Isso mostra que entre Latifi e Sérgio a classificação pode mudar radicalmente já em Sochi.

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Os 20 pilotos da F2 estão lá para, essencialmente, ascenderem à F1. A FIA distribui 40 pontos para os três primeiros colocados na F2, o número de pontos necessário para obter a superlicença e candidatar-se a competir na F1. O quarto colocado recebe 30 pontos. Os pilotos somam pontos nos três últimos anos de carreira. Sérgio, por exemplo, por ter sido sexto na F2 no no passado, ganhou 10 pontos. Se terminar em quarto, este ano, chega aos 40 (30+10) necessários para a superlicença.

Mas diferentemente do que aconteceu de 2018 para este ano, quando os três primeiros colocados na F2 foram contratados por times da F1, nesta temporada praticamente não há vagas em aberto. Há apenas duas ainda não definidas, na Alfa Romeo e na Williams. Não será fácil para os primeiros colocados na F2 estrearem na F1 em 2020.

O Circuito de Sochi foi construído em Adler, dentro da área do Parque Olímpico dos Jogos de Inverno de 2014, distante cerca de 30 quilômetros de Sochi. A pista tem 5.848 metros de extensão, 19 curvas. É um traçado de média velocidade horária, mas com trechos de alta velocidade, caracterizado também pela dificuldade de ultrapassagem e asfalto de baixa aderência.

A diferença de hora entre Sochi e Brasília é de seis horas. O programa da 11ª etapa da F2 fica assim:

Sexta-feira, treino livre, das 03h30 às 4h15. Classificação, das 11 às 11h30.

Sábado, primeira corrida, em 28 voltas, com largada às 10h45.

Domingo, segunda corrida, 21 voltas, largada às 5h20.

Sérgio: “Minha confiança no vice da F2 é grande”

Após longos dias de trabalho nos simuladores da McLaren, na Inglaterra, da sua equipe de F2, a DAMS, em Le Mans, na França, e em um simulador na Holanda, onde costumeiramente treina, Sergio deu o depoimento abaixo para a Youse:

Olá amigos.

Faz tempo que não nos encontramos aqui neste nosso espaço de confidências. O campeonato deu uma pausa, mas eu não senti a interrupção, pois, acredite, não consegui passar dois dias seguidos em casa, próximo a Barcelona.

No domingo mesmo daquele estressante GP da Itália, onde de novo fui vítima de uma inconsequência (Luca Ghiotto provocou outro acidente que acabou por tirar Sergio da prova), viajei para casa para, no dia seguinte, voar a Woking, perto de Londres, sede da McLaren. Permaneci enclausurado na sede, trabalhando direto para a equipe de F1 no simulador.

Voltei para casa e fiquei um dia. Nessas paradas eu acelerava meu treinamento físico. Embarquei para Paris e de carro fui a Le Mans, duas horas, mais ou menos. Nos preparamos para as corridas em Sochi. Foram dois dias. Saí de lá e, com o trem de alta velocidade (TGV), fui para a Holanda, para mais treinos no simulador. Só cheguei em casa no sábado para na segunda-feira voar aqui para Sochi, de onde escrevo para vocês.

Foi bom manter-me superativo nos dias seguintes a Monza porque estava difícil digerir o abandono no domingo e ver o Aitken me passar na classificação do campeonato (ao não marcar pontos e Aitken vencer, Sérgio caiu de terceiro para quinto).

Agora tenho de recuperar o espaço perdido. Tenho dois GPs para somar os pontos necessários para atingir a meta de ser vice-campeão. A perda de um pódio em Monza me prejudicou muito, mas se você observar a classificação, todos estão bem próximos lá na frente. Eu, o Nicholas, o Ghiotto e o Aitken vamos lutar pelo vice.   

Claro que confio na minha capacidade, bem como sei que a DAMS deve me disponibilizar um bom carro tanto aqui na Rússia quanto lá no Yas Marina, em Abu Dhabi. Não sei se o mais rápido, mas competitivo. No ano passado, no sábado, a DAMS venceu com o Alexander Albon (hoje titular da Red Bull-Honda na F1) e o Nicholas foi segundo, o que aumenta a minha confiança. Torço apenas para não ser atingido por pilotos que pensam estar sozinhos na pista.

Nos encontramos aqui, agora, na sexta-feira, depois da sessão de classificação, importante por não ser fácil ultrapassar no Circuito de Sochi. Vamos juntos, amigos. Abraços.

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